terça-feira, 14 de julho de 2009

ensaio para meu primeiro longa

Quase 2 da madrugada.
O corcel cor de rosa anda a quase 100 km por hora
Começa a tocar “vivir sin aire”

Talyta, 9 anos diz:
-Não pode mudar, é minha vez!
Dany, 32 anos diz:
-Muda!
-Não!
-Vai!
-Não! Você me ama!
-Muda!
-Não! É minha vez!

Dany para o carro e desce.

Talyta coloca a cabeça pra fora da janela e fala:
-você me ama!
-Para!
-Eu vou escrever, prometo!
-Eu não quero que você escreva!
-Tabom, não escrevo então.
-Eu não quero que você vá!
-Quer quebrar o trato?
-Não, só... não quero que você vá!
-Então você me ama?
-Para com isso, claro que não, só quero que você fique aqui.
-Mas fizemos um trato! Você vai até o Castellano grava seu ultimo disco e eu vou pra Nova Zelândia
-Pra que tão longe!
-Porque eu quero!
-E daí que você quer? Eu não quero!
-Mas você não é eu!
-Mas se fosse, ficaria
-Claro que não!
-Ficaria sim
-Mentirosa
-Não iria pra tão longe.
-Não é hora de dar pití, já ta tudo pago
-Eu peço o dinheiro de volta
-Eles não devolveriam
-Não me importo!
-Você me ama!
-Para com isso!
-Então fala!
-Falar o que?
-que me ama!
-Não!
-Ama!
-E se der alguma coisa errada lá? E se a escola que você vai for um campo de concentração, você vai correr pra onde?
-Pra Austrália
-Tem canibais na Austrália!
-Eu viro um deles! Lembra que eu comia as casquinhas do meus machucados?
-Não! Jura que você fazia isso?
-Minha mãe lembra!
-Ela não é sua mãe! Para de chamar sua avó de mãe. Eu sou sua mãe
-Não é não, você não me ama!
-E daí! Nem toda mãe ama seus filhos, e você não pode falar nada, você também não me ama.
-Claro que amo!
-Ama?
-Amo...
-Você nunca falo.
-Você nunca pergunto.
-Você teria me falado?
-Claro que não!
-Porque não.
-Porque eu puxei a minha mãe.

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